H - FORMAS DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL E POLÍTICA

H - Formas de organização social e política

As sociedades organizaram-se de distintas maneiras ao longo dos séculos. A noção de Estado surgiu, ainda na Antiguidade, para suprir a necessidade de uma organização social que abarcasse um grande número de indivíduos e sofreu diversas modificações ao longo dos tempos. Ademais, antes do surgimento do Estado, havia outras organizações sociais menores que perduram até hoje, apesar de serem abarcadas pelo Estado, que é a organização maior.
No começo os seres humanos agrupavam-se por famílias, tendo em comum o laço sanguíneo que unia as pessoas em prol da proteção e alimentação. As famílias começaram a crescer, formando união de famílias, que eram os clãs. Começa aqui também a troca interfamiliar de membros para a instituição do matrimônio, pois o incesto passou a ser percebido como algo negativo nesse tipo de constituição.

A união de clãs formou as tribos. Das tribos vimos nascer as cidades, e, com as cidades, nasceu a noção de política e governo. Com elas também veio o sentimento de pertencimento nacional e patriótico com base na origem e na terra onde os cidadãos nascem. Percebemos que o sentimento de coesão e de organização evoluiu do simples laço sanguíneo para o sentimento de pertencimento ao mesmo local.
Mesmo com o desenvolvimento do Estado, a família não deixou de existir, sendo ela a primeira forma de socialização dos indivíduos existente. É no seio da família que surge a socialização primária, que é o ensinamento das primeiras leis morais e sociais que o indivíduo aprende pelo afeto. Na medida em que cresce, o indivíduo passa a ter contato com a socialização secundária, na qual ele conhece outras instituições sociais, como a escola, o trabalho e o Estado. Nessa forma de socialização, o afeto já não é mais suficiente, dando lugar ao ensinamento das leis civis e das normas da rígida estrutura social.

Ao analisarmos as formas de socialização e as organizações mencionadas, podemos perceber uma mudança de papéis ao longo da história, pois cada indivíduo deve desempenhar um papel social no modelo organizacional, e esses papéis mudam conforme o tempo e a sociedade. A criança, por exemplo, era vista, na Grécia Antiga, como um cidadão em potencial que deveria aprender toda a educação necessária para tornar-se um bom cidadão quando adulta.

Em Atenas esse aprendizado era político e filosófico, enquanto em Esparta era militar. Já na Idade Média e na Idade Moderna, a criança era vista como uma espécie de adulto em miniatura, devendo ser ensinada e comportar-se como um pequeno adulto. Somente as teorias educacionais, surgidas a partir de meados do século XIX e do século XX, entendem a criança como um ser singular, dotado de necessidades, direitos, deveres e vontades diferentes das necessidades, direitos, deveres e vontades dos adultos. Entende-se, portanto, que a organização social foi alterada e, com isso, alterou-se também o papel social desenvolvido pela criança na sociedade.

A inserção da mulher no mercado de trabalho alterou a configuração da organização social ocidental.
O papel das mulheres e dos homens e a concepção de gênero também sofreram modificações de acordo com o tempo e a sociedade analisada. Na sociedade patriarcal tradicional, o homem é o provedor de alimentos e protetor da família, enquanto à mulher é delegada a função do cuidado do lar. Durante milênios, as mulheres foram excluídas de qualquer atividade fora do lar, inclusive política. Essa situação começou a mudar no século XVIII, quando as mulheres de classes mais baixas começaram a trabalhar fora de casa, e a mudança tornou-se mais perceptível no século XIX, quando elas começaram a ter acesso à política.
A configuração social, sobretudo das sociedades ocidentais, também mudou com essa inserção da mulher no mercado de trabalho e na política, pois se antes o cuidado do lar e dos filhos era visto como papel exclusivo da mãe, agora deve ser visto como um papel da mãe e do pai.

Fonte: brasilescola.uol.com.br

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